Aplicação deve render 5,6% ao ano e será mais
vantajosa do que os fundos de renda fixa com taxa de administração de
1%, que é maioria.
Mesmo
com a tributação alterada, a poupança deve seguir como um investimento
mais vantajoso do que os fundos de renda fixa. O consenso entre os
especialistas é que a aplicação deve bater pelo menos os fundos com taxa
de administração superior a 1%, que é a maioria.
A poupança, com a nova queda da Selic,
terá um rendimento de 5,6% ao ano, mais a Taxa Referencial (TR), que
deve ser praticamente zero. "O cenário não muda. A maior probabilidade é
de que os fundos que cobrarem 1% ou mais de taxa de administração
deverão empatar ou perder com a poupança", afirma o economista José
Dutra Vieira Sobrinho.
Desde maio, quando a Selic caiu para 8,50% ao ano, a rentabilidade dos depósitos realizados na poupança passou a ter como referência 70% da Selic mais a TR. Os depósitos anteriores continuam com a regra antiga da poupança: 0,5% ao mês mais a TR.
No cálculo de Dutra, até uma aplicação num fundo de renda fixa com
prazo superior a dois anos - ou seja, com 15% de incidência de Imposto
de Renda -, mas com taxa de administração de 1% vai render menos do que
na poupança. "Como a grande maioria dos fundos tem uma taxa de
administração superior a 1%, praticamente todos os aplicadores em fundos
vão perder", afirma o economista. "Quem tem dinheiro na poupança antiga
não deve mexer", recomenda.
Dados do Banco Central mostram que os depósitos da nova caderneta
renderam, em média, 0,4923% ao mês. Os depósitos antigos tiveram
rendimento de 0,5095% ao mês. Em uma aplicação de R$ 1 mil, a diferença
seria de R$ 0,17 no mês. Com a redução da taxa de juros ontem, a
rentabilidade da nova poupança cairá para 0,4551% ao mês.
A principal vantagem da poupança é que ela não tem incidência de IR e
taxa de administração. "A poupança vai ser o melhor investimento
financeiro. É uma aplicação segura e sem risco", diz Miguel de Oliveira,
vice-presidente da Associação Nacional dos Executivos de Finanças,
Administração e Contabilidade (Anefac).
A oitava queda seguida da taxa básica de juros indica que quem quiser
ganhar dinheiro terá de estar disposto a correr mais risco. As
alternativas apontadas pelos especialistas são os investimentos em
títulos do Tesouro e em fundos multimercados. "No mundo inteiro, o ganho
com renda fixa é baixo. Na maioria dos países, a inflação e o ganho com
renda fixa são praticamente iguais", diz Keyler Carvalho Rocha,
professor da Fundação Instituto de Administração (FIA).
Assim como o cenário das aplicações deve seguir inalterado, a taxa
média de juros praticada pelo mercado não vai ter muita alteração com a Selic
menor. Segundo a Anefac, a taxa média praticada vai passar de 6,18% ao
mês para 6,14%. "É uma queda pequena, mas é importante destacar que a
redução tem sido constantes", diz Oliveira, da Anefac.
Portabilidade. O Senado aprovou ontem as mudanças na correção da
caderneta de poupança. O texto segue para sanção da presidente Dilma
Rousseff. Os senadores também incluíram no projeto, a pedido do governo,
mudanças na portabilidade do crédito imobiliário. O objetivo é
facilitar o consumidor para transferir sua dívida de um banco para outro
que ofereça juros mais baixos. Assim que a mudança for regulamentada
pelo governo, o mutuário terá de fazer apenas averbação da
transferência, mais barato do que os trâmites atuais.
Fonte: Estadão.com
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