É comum termos no noticiário econômico a voz de
empresários nacionais reclamando da intensa e ampla obrigação tributária
no Brasil
Para
estar em dia com as obrigações tributárias e não sofrer multas ou
sanções, grande parte dos empresários entende que esse trabalho precisa
ser exercido apenas pelos profissionais da contabilidade.
Neste cenário, é intensa a corrida que profissionais contábeis têm no
seu cotidiano. Dia após dia, ele cuida de uma agenda tributária ampla,
sendo uma ponte das empresas com as obrigações governamentais. No
entanto, esse cenário está passando por mudanças, que são estritamente
necessárias.
Para facilitar o diálogo tributário, a tecnologia é a grande aliada.
Ao simplificar a relação do fisco com as empresas, um governo não apenas
vai melhorar a arrecadação. Sem ficar voltado exclusivamente para as
obrigações tributárias, um profissional contábil pode auxiliar na gestão
das empresas, exercendo um papel fundamental.
O fornecimento e acompanhamento do balanço contábil é importante para
análise dos caminhos trilhados como também na definição de metas
futuras de qualquer negócio. A tecnologia é um grande aliado para essa
simplificação. O governo federal trabalha nesse sentido, tanto que vem
promovendo uma série de mudanças com a utilização dos chamados
documentos eletrônicos. Um dos principais projetos na área de tributação
é o Sistema Público de Escrituração Digital (SPED) . Sua importância é tamanha que o SPED
faz parte do Programa de Aceleração do Crescimento, o famoso PAC, a
principal bandeira do governo federal no mandato do ex-presidente Lula e
que segue como prioridade na gestão de Dilma Rousseff.
A informatização do fisco com os contribuintes é, sem dúvida nenhuma,
um avanço essencial. A forma digital dos documentos contábeis e
tributários agiliza o diálogo entre governo e empresas, facilita o
levantamento destas informações e também a fiscalização e representa um
grande salto na sustentabilidade, por reduzir drasticamente o uso do
papel. Com disseminação da informática, cada vez mais presente na vida
das pessoas, o sistema digital é um caminho sem volta, que será cada vez
mais utilizado não apenas no mundo tributário como em todos os diálogos
envolvendo governos, empresas e pessoas.
No entanto, é preciso que a implementação digital seja feita de
maneira completa. Todos os envolvidos precisam saber claramente que
terão obrigações necessárias. Especificamente sobre o SPED relativos ao PIS (Programa de Integração Social) e ao Cofins
(Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social), é preciso
esclarecer que esse sistema não depende exclusivamente do empresário
contábil. Para cumprir essa obrigação, não é apenas o contador que
precisa ter equipamentos e programas específicos. A própria empresa
precisa estar devidamente equipada para fornecer os dados necessários
para o contador que, caso contrário, fica de mãos atadas.
No contato diário com os empresários, os contadores acabam atuando
como porta-vozes de mais uma exigência para cumprir as obrigações
tributárias. Esta ampla divulgação, no entanto, precisa ser feita pela
própria Receita Federal do Brasil. É ela quem tem o papel de elaborar
uma campanha massiva nos meios de comunicação para informar e também
elaborar projetos para fornecer boas condições para que as empresas
brasileiras possam cumprir tais exigências.
O setor contábil está empenhado em colaborar com os órgãos
tributários. Só que é necessário que os empresários tenham informações
precisas para evitar ruídos nesse diálogo. A empresa contábil, na figura
do contador, pode e deve orientar o empresário, mas não pode e não tem
condições de obrigá-lo a adquirir equipamentos e sistemas que são a base
para o cumprimento das exigências tributárias. O papel do empresário
contábil e do contador é essencial dentro de uma instituição e também
perante a sociedade, mas há diversas situações que exemplificam que a
grande maioria ainda desconhece tamanha importância.
Fonte: Diário Comércio Indústria & Servciços - SP
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